HISTÓRIA DE SÃO LOURENÇO DA MATA

Prefeitura

MUNICIPALIZADA EM 10 DE JANEIRO DE 1909

GENTÍLICO SÃO LOURENCENSE

ÁREA DE 264 M KM, QUADRADO

POPULAÇÃO DE 102.956 MIL HABITANTE, IBGE 2010

São Lourenço da Mata Pernambuco - PE Histórico A região em que se situa o atual Município de São Lourenço da Mata era coberta por extensa floresta e habitada pelos Tupinambás, que ocupavam grande área entre Beberibe e Capibaribe Esses valorosos nativos opuseram tenaz resistência a colonização portuguesa em Pernambuco.

Brasão

Vencidos os aborígenes, em 1554, na guerra que lhes fizeram os filhos de Duarte Coelho, Donatário da Capitania conseguiram os portugueses livre trânsito entre Olinda e as matas da região, ricas em pau-brasil Com o estabelecimento do livre trânsito o território tornou-se importante para os povoadores que procuravam explorar a riqueza, estabeleceu-se um entreposto em São Lourenço, no local assim denominado por ter sido Loureço de tal seu primeiro morador, de onde o produto da exploração era levado para o Paço do Fidalgo, hoje Santana, distante de Recife apenas sete quilômetros, por via fluvial Desse entreposto, à margem esquerda do Capibaribe, nasceu São Lourenço da Mata O espírito religioso dos povoadores fez erigir no alto da colina uma igreja sob a invocação de São Lourenço onde se ergue hoje a Matriz que conserva traços do primeiro templo.

A exploração do pau-brasil muito contribuiu para o desenvolvimento da região, datando a construção dos seus primeiros engenhos de fins do século XVI Em 1630, já se contavam em seu território sete "fábricas".

Bandeira

Nesse mesmo ano, os holandeses invadiram Pernambuco Por volta de 1635, chegaram a São Lourenço, matando e saqueando, apesar da tenaz resistência encontrada Muitos moradores fugiram, buscando a proteção de Matias de Albuquerque Tempos depois, a povoação era evacuada.

As guerrilhas se sucederam numa seqüência ininterrupta, com os conseqüentes prejuízos para a região Várias batalhas foram travadas no território de São Lourenço, após o "compromisso" que se disse redigido por Gaspar Perez, tabelião em São Lourenço, e assinado por João Fernandes Vieira, Antônio Cavalcanti (chefes do movimento) e mais 16 conjurados.

São Lourenço da Mata, após a expulsão dos invasores, recompôs-se dos danos causados pela guerra, voltando à fase de atividade e progresso Palco de páginas heróicas de nossa história, caminha para o progresso, lento mas promissor.

Gentílico: são-lourensense Formação Administrativa Distrito criado com a denominação de São Lourenço da Mata, por alvará de 13-10-1775. Subordinado ao município de Recife e Pau D`Alho.

Elevado à categoria de vila com a denominação de São Lourenço da Mata, pela lei provincial nº 1805, de 13-06-1884, desmembrado de Recife e Pau D`Alho. Instalado em 10-01-1890. Constituído de 2 distritos: São Lourenço da Mata e São Lourenço do Sul.

Elevado à condição de cidade e sede municipal, com a denominação de São Lourenço da Mata, pela lei estadual nº 991, de 01-07-1909.

Pela lei provincial nº 336, de 12-05-1854, é criado o distrito de Nossa Senhora da Luz e anexado ao município de São Lourenço da Mata.

Pela lei municipal nº 21, de 05-03-1908, é criado o distrito de Camaragibe e anexado ao município de São Lourenço da Mata. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 3 distritos: São Lourenço da Mata, Camaragibe e Nossa Senhora da Luz.

Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. Pelo decreto-lei estadual nº 235, de 09-12-1938, o município de São Lourenço da Mata passou a denominar-se São Lourenço.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 3 distritos: São Lourenço, Camarajiibe (ex-Camarigibe) e Nossa Senhora da Luz. Pelo decreto-lei estadual nº 952, de 31-12-1943, o município de São Lourenço voltou a denominar-se São Lourenço da Mata.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: São Lourenço da Mata, Camarajibe e Nossa Senhora da Luz.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Pela lei estadual nº 4988, de 20-12-1963, desmembra do município de São Lourenço da Mata o distrito de Camarajibe. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos: São Lourenço da Mata e Nossa Senhora da Luz. Pelo Acórdão do Tribunal de Justiça mandado de segurança nº 59906, de 06-07-1964, o município de Camarajibe é extinto, sendo seu território anexado ao município de São Lourenço da Mata.

Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 3 distritos: São Lourenço da Mata, Camarajibe e Nossa Senhora da Luz. Pela lei estadual nº 8951, de 14-05-1982, desmembra do município de São Lourenço da Mata o distrito de Camaragibe (ex-Camarajibe). Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 18-VIII-1988, o município é constituído de 2 distritos: São Lourenço da Mata e Nossa Senhora da Luz. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Alterações toponímicas municipais São Lourenço da Mata para São Lourenço, alterado pelo decreto-lei estadual nº 235, de 09-12-1938. São Lourenço para São Lourenço da Mata, alterado pelo decreto-lei estadual nº 952, de 31-12-1943.

O povoado de Matriz da Luz ou Nossa Senhora da Luz é o 2° distrito do município de São Lourenço da Mata e situa-se a alguns quilômetros a oeste do centro dessa cidade. Localizado em uma colina que serve de divisor de águas entre as bacias do Rio Capibaribe e do Rio Jaboatão, o povoado de matriz da Luz é cercado por antigos engenhos de cana-de-açúcar e canaviais, o que dá um ar bucólico ao local. Seu nome deve-se a igreja principal do povoado que está sob a invocação dessa santa.

Segundo o historiador Pereira da Costa, a Igreja de Nossa Senhora da Luz, erguida inicialmente como capela, já existia em 1540 como consta de um documento de demarcação de terras. Sendo assim, levando em consideração as igrejas que ainda estão de pé, ela seria uma das mais antigas de Pernambuco e do Brasil. A povoação cresceu em torna da capela e, segundo documentos do período holandês, ela era conhecida como Povoação da Muribara e, assim como em toda região vizinha, era muito rica em pau-brasil. Hoje, além da Igreja de Matriz da Luz, o povoado conta com a Igreja de Nossa senhora dos Homens Pretos, de data posterior.

Nossa senhora dos Homens Pretos,

A Igreja de Matriz da Luz sofreu várias ampliações e modificações ao longo do tempo. Por isso é possível constatar nela elementos arquitetônicos típicos de vários períodos, sendo difícil situá-la em um estilo único. Porém, percebemos elementos clássicos em sua fachada. Seu interior é simples e segundo informações fornecidas pelo responsável pela igreja alguns elementos originais foram retirados. Apesar disso, há ainda uma pia batismal do século XVI e seteiras na parte posterior da igreja o que indica uma função secundária de "forte". Ainda segundo informações fornecidas, na última reforma foram encontrados esqueletos dentro de uma das paredes que provavelmente eram de pessoas importantes da região. Sua torre sineira fica no lado esquerdo.No outro extremo do largo principal do povoado encontra-se a pequena Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Pertencente à irmandade dos pretos, provavelmente foi construída por estes para a realização de seu cultos. Ela é muito simples tendo passado por uma restauração no ano de 2007. Seu interior é modesto com altar-mor e teto sustentado por tesouras de madeira.

No entorno do povoado, encontram-se ainda vários engenhos como o Tapacurá(tombado a nível estadual), o Curupaity, Pixaó, São José, Colégio, Muribara, entre outros. Alguns destes possuem ainda suas casas-grandes e outros componente típicos de um engenho. Mas devido a nossas limitações não pudemos visitá-los. A Igreja de Matriz da Luz é tombada pela FUNDARPE e seu entorno já sofreu alterações não previstas como a edificação de mais de um pavimentos nas casas e alterações nas fachadas. Poucas são as casas que conservam suas características originais no povoado.

São Lourenço Marte,

Os primeiros povoadores erigiram uma capela no alto de uma colina em homenagem a São Lourenço, datada de 1621, onde hoje está a Igreja Matriz, que conserva traços da primitiva capela.

A Igreja Matriz de São Lourenço da Mata data de 1621 e sofreu várias reformas e ampliações até chegar aos dias atuais. Localiza-se no Centro da cidade, no alto de uma colina em frente a um grande largo e a prefeitura Municipal, outro prédio de interesse arquitetônico. Junto, encontra-se também um modesto casario com casas com características do início do século XX.

Usinas como:

Capibaribe,

As ruínas das usinas são outros atrativos turísticos. A Usina Capibaribe, fundada em 1927, pertencente a Leôncio Araújo, foi destivada em 1962 e hoje serve de garagem de ônibus. Já Usina Tiúma localiza-se no bairro de mesmo nome e foi fundada em 1881 e funcionou até 1979. Depois, passou a ser destilaria e foi destivada posteriormente. Hoje, só restam suas ruínas.

Tiúma,

Localizada no município de São Lourenço da Mata, foi fundada em 1881, por Jovino Bandeira de Melo, com a denominação de Engenho Central São Lourenço da Mata.

Em 1887, passou a pertencer à empresa inglesa The North Brazilian Sugar Factories Company, mudando o seu nome para Usina Tiúma.

Tinha capacidade inicial para esmagar 400 toneladas de cana em 24 horas.

Em 1929, possuía oito propriedades, 61 quilômetros de ferrovia, sete locomotivas e 339 vagões.

Tinha capacidade para trabalhar 1.500 toneladas de cana e fabricar 6.000 litros de álcool em 22 horas. Na época da moagem trabalhavam na fábrica cerca de 270 operários, entre os quais oito estrangeiros.

Não eram admitidos menores ou mulheres.

Em 1988, foi feita a primeira reclamação em Pernambuco contra a usina, por causa dos despejos de resíduos nas águas do rio Capibaribe. Atualmente, a vinhaça é aplicada no cultivo da lavoura como fertilizante.

Foi uma das maiores usinas do Estado, fabricando açúcar e álcool por 93 anos ininterruptos.

Em 1979, deixou de fabricar açúcar, tornando-se apenas uma destilaria de álcool. Depois da família Bandeira de Melo e da companhia inglesa, pertenceu durante muito tempo a Fileno de Miranda. Atualmente, seu proprietário é o Grupo Votorantin, de José Ermírio de Morais.

MOURA, Severino. Senhores de engenho e usineiros, a nobreza de Pernambuco. Recife: Fiam, CEHM, Sindaçúcar, 1998. 320 p. (Tempo municipal, 17).